Energia mais cara preocupa trens e metrôs – Valor

Comentário: O que é um assombro é a informação de que o Metrô de São Paulo se supre de energia no “mercado livre”. A razão do espanto é porque, sendo um serviço público regulado por tarifa, a demonstração de sua planilha de custos é uma exigência absoluta. Sendo o mercado livre brasileiro uma bizarrice óbvia, fica a dúvida de quanto o Metro de São Paulo pagou pela sua energia olhando o gráfico abaixo.

É possível prestar um serviço regulado quando um dos seus principais insumos pode ter variação de 6.000%?

Se, por acaso, os contratos do metrô se aproveitaram da energia quase gratuita dos períodos 2003-2008 e 2009 – 2012, ela foi descontada na tarifa?

Os passageiros terão que assumir a aventura do mercado livre brasileiro?

 


Por Daniel Rittner | De Brasília

Com pressões de custos e sem clareza sobre eventuais reajustes, as operadoras de trens urbanos e metrôs também veem um cenário nebuloso pela frente. Uma das maiores preocupações do setor é com o encarecimento da energia elétrica. Para a ANP Trilhos, entidade que representa as principais operadoras do país, o início da aplicação de “bandeiras tarifárias” nas contas de luz, a partir de janeiro, gera receio entre as empresas. A eletricidade representa de 20% a 25% dos custos operacionais no transporte sobre trilhos.

Algumas companhias, como a SuperVia (RJ) e a estatal federal CBTU, são clientes de distribuidoras de energia e devem sofrer uma alta de gastos no começo de 2015 por causa do acionamento das usinas térmicas. Para outras empresas que garantem fornecimento no mercado livre de energia, como o Metrô de São Paulo, o cenário de preços altos também é aflitivo.

“Uma das nossas maiores preocupações atuais é com o aumento dos custos da energia”, diz a gerente-executiva da ANP Trilhos, Roberta Marchesi. Não há novos levantamentos sobre a defasagem de tarifas. No início do ano, a associação havia divulgado um cálculo que apontava perdas de R$ 860 milhões até o fim de 2013, com o represamento de tarifas. Em 2014, a projeção era de mais R$ 1,5 bilhão. A defasagem vem sendo coberta com recursos orçamentários, já que a maior parte das operadoras é pública, mas “suga” o dinheiro que poderia ser destinado à modernização de trens e a novas linhas.

A CBTU, que opera sistemas em Belo Horizonte e quatro capitais do Nordeste, já acumula seis pedidos negados de reajuste à União. Em Natal, por exemplo, as tarifas não sobem desde 2002.

 

 

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