Análise do ILUMINA: Se existem cidadãos brasileiros indignados com o volume de recursos do tesouro que foram destinados a isenções fiscais, subsídios e empréstimos do BNDES, podem se preparar porque essa indignação ainda não é suficiente. A profunda crise de equilíbrio financeiro e econômico do estado nacional foi disseminada por todas as atividades do estado, sejam ministérios, bancos públicos e empresas estatais.
Como temos afirmado, o papel da Eletrobras como um “BNDES extra” é significativo e DESCONHECIDO.
Como se não houvesse nenhuma dúvida sobre as “participações” das empresas do grupo Eletrobras, o atual presidente “espera” vende-las!
- Ora, a primeira pergunta que surgiria num país que tem por princípio preservar o interesse público, seria procurar saber sobre a lógica dessa decisão?
- A Eletrobras entrou como sócia minoritária em negócios que não valeram a pena?
- Por que essa parceria foi necessária?
- Nenhum dos investimentos vai dar lucro?
- Que critérios foram usados para decidir por esses empreendimentos?
- Como se deu a divisão de custos administrativos?
- Quem são os membros dos conselhos dessas SPE’s?
- Que conflitos de interesses há entre o papel de uma empresa pública e a atividade dos sócios dessas SPE’s
Exemplos do caso de Furnas:
Para ler mais sobre o que será escamoteado caso a venda seja feita sem os devidos esclarecimentos, leia:
Aqueles que, ao lerem esse texto, entenderem que o Ilumina tem uma posição corporativa defendendo o interesse da Eletrobras, pensem duas vezes. A Eletrobras, como empresa estratégica nacional, com um histórico de grandes realizações, coordenadora de investimentos num sistema de dimensões continentais…essa já morreu. A questão já não é a Eletrobras! Trata-se de utilização de recursos públicos para reforçar a falsa ideologia de que temos um setor privado pujante o suficiente para resolver os problemas do país. O que está nesse post é apenas a ponta do Iceberg. Se não houver pressão da sociedade, os métodos usados nos últimos 20 anos serão enterrados sem que tenhamos ao menos aprendido com os erros.
Fernanda Nunes,
O Estado de S.Paulo
18 Novembro 2016
RIO – A Eletrobrás espera vender R$ 4,6 bilhões em participações em sociedades de propósito específico (SPE) em 2017, segundo o presidente da empresa Wilson Ferreira Júnior, que apresenta nesta sexta-feira 18, o Plano de Negócios para o período de 2017 a 2021 na sede da estatal, no centro do Rio de Janeiro. O potencial total de desinvestimento é de R$ 5,173 bilhões, estimativa que não inclui as distribuidoras.
Segundo o executivo, dos R$ 4,6 bilhões que serão vendidos das SPEs, R$ 2,4 bilhões serão de participações que serão assumidas das controladas pela controladora para pagar dívidas com a holding e serão oferecidas ao mercado em seguida. Os demais R$ 2,2 bilhões serão vendidos diretamente pelas controladas.
A ideia é aproveitar as melhores condições de venda e a hidrelétrica de Santo Antônio pode ser uma boa oportunidade, porque as suas controladoras – Andrade Gutierrez, Odebrecht e Cemig – buscam um sócio, segundo Ferreira Júnior. Furnas possui 39% de participação na hidrelétrica.
A visão do presidente da Eletrobrás é que, se fosse oferecer sozinha a sua parte em Santo Antonio ao mercado, a estatal conseguiria um valor menor do que neste cenário atual, em que é favorecida pela cláusula de tag along, porque o comprador tende a pagar um prêmio pelo controle da usina e favorecer os sócios minoritários nessa oferta.
Celg. O presidente da Eletrobrás destacou também o potencial de venda da distribuidora de energia de Goiás (Celg), que não está incluída na estimativa de arrecadação de R$ 5,173 bilhões com desinvestimento. O valor mínimo da venda é de R$ 913 milhões, mas o executivo disse esperar uma arrecadação melhor. Segundo ele, quatro empresas demonstraram interesse em concorrer pela Celg, que vai a leilão no fim deste mês.
Além da venda de ativos, a Eletrobrás quer economizar R$ 1,7 bilhão ao ano com mudanças na organização que devem garantir mais eficiência operacional à companhia. Parte desse ganho será com o Plano de Aposentadoria Incentivada (PAI), que deve gerar economia de R$ 920 milhões por ano, disse. O número de empregados, excluindo distribuidoras, vai passar de 18,7 mil para 13,04 mil, com dois planos: para quem está em fase de aposentadoria e para os demais, que devem gerar desligamentos nos dois próximos anos. A ideia é ainda reestruturar a organização, reduzindo o número de funções gerenciais de 228 para 98.
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