Usinas vencidas poderão vender energia fora de cotas, diz Copel – Valor Econômico

Comentário:

  1. Atenção! A notícia é do Valor Econômico, mas foi obtida do site da ABEGAS (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado). http://www.abegas.org.br/Site/?p=50068
  2. Ficamos curiosos para saber se o jornal Valor irá adotar com a ABEGAS o mesmo critério restritivo que adotou com o Ilumina ao decidir não publicar mais nenhuma análise do instituto por considerar que praticamos clipping de notícias.
  3. Vamos aguardar.

Quanto à notícia, consideramos ser apenas mais algumas trapalhadas e incoerências de um modelo que cada vez mais se parece com um rolo de barbante embaralhado. Senão vejamos:

Quem se lembra da campanha da FIESP (com a omissão do governo) identificando a razão de termos tarifa cara no fato exclusivo de já termos pagado pelas usinas antigas? Não lembram?

https://www.youtube.com/watch?v=inWVNzqnhUM

Pois, hoje, as usinas da Eletrobras (que coincidência, hein?) foram atingidas pela medida provisória 579, com tarifas irrisórias justificadas pela nota técnica no 385/2012-SER/SRG/ANEEL, que tem erros de fórmulas matemáticas (!), mas foi editada assim mesmo. Segundo essa nota, a tarifa média dessas usinas foi definida em R$ 7,67/MWh, portanto, algo no entorno de US$ 2/MWh.

Alguém conhece alguma usina que venda energia por esse valor no planeta Terra?

Com todo esse “resgate” promovido pela FIESP (com o acordo e execução do governo), o Brasil continua com uma das mais altas tarifas do planeta. É só conferir:

http://ilumina.org.br/tarifas-de-energia-poderao-subir-para-compensar-melhoria-dos-servicos-agencia-brasil/

http://ilumina.org.br/tres-governos-uma-so-politica/

Nessa campanha, o Dr. Skaff usa como exemplo os preços dos leilões de Sto. Antônio, Jirau, Belo Monte e Teles Pires para “provar” que usinas velhas não podem ter tarifas mais caras do que usinas novas.

O Ilumina já demonstrou:

  1. A “tarifa” das usinas antigas não foi determinada pelas empresas, mas sim por leilões.
  2. Se os preços das usinas exemplos fossem adotados como paradigma, ficaria evidente que o contabilizado como amortizado chegaria a 70% e, consequentemente, a tarifa poderia ser reduzida a aproximadamente 30% do valor sem rasgar balanços e sem onerar o tesouro.
  3. A estratégia não foi adotada porque a “promessa” de redução exigia muito mais.

Agora, onde foi parar o discurso das usinas já pagas pelo “povo”? Por acaso, era só com as usinas da Eletrobras?

O que é lamentável é que a imprensa não questiona essas incoerências “nem que a vaca tussa”.

Só resta ao ILUMINA perguntar por que?


 

O governo pode abrir mão de parte da energia mais barata que seria gerada pelas usinas cujas concessões já venceram para aumentar sua atratividade para a iniciativa privada em novas licitações. Em teleconferência realizada na sexta-feira, a Copel informou que nesta semana deve ser divulgada uma nova medida provisória sobre a questão.

“Uma parte da energia seria convertida em cotas e outra parte não. Logicamente, os ativos vão para licitação, mas as condições [para um leilão] melhorariam bastante”, disse presidente da estatal, Luiz Fernando Vianna.

As concessões de duas usinas hidrelétricas da Copel, que respondem por pouco mais de 5% de sua capacidade total, venceram em julho. “Temos a perspectiva de ter 30% ou 40% ou parte dessa energia para comercializar no futuro, no mercado livre ou regulado”, acrescentou o executivo. Além da estatal paranaense, a medida é uma boa notícia também para Cemig e a Cesp, que não aceitaram renovar suas concessões e perderam boa parte de sua capacidade de geração neste ano.

A alteração seria mais uma mudança de rota em relação à MP 579, de 2012, que visou reduzir as contas de luz. A proposta era de renovação das concessões que estavam próximas do vencimento mediante um corte expressivo nas tarifas.

Por esse modelo, a energia produzida pelas usinas que aceitaram a renovação das concessões ou por aquelas que não aceitaram, mas já venceram, é transformada em cotas a preços mais baixos e destinada ao mercado regulado, contribuindo para a redução das tarifas.

Em julho, venceram as concessões de usinas que somam quase 7 gigawatts (GW) e que não tinham aceitado renovar suas concessões nos moldes da MP 579. O governo já havia anunciado que pretendia colocar as usinas em leilão em setembro.

A expectativa é que a remuneração se desse por meio de tarifas baixas, apenas de operação e manutenção, nos moldes do que foi feito no leilão de Três Irmãos, que venceu em 2013. Agora, segundo a Copel, o governo deve manter a licitação, mas dará o concessionário pode ter uma receita maior com a venda de parte da energia fora do regime de cotas. Conforme publicado pelo Valor, o governo já estudava fazer uma concessão onerosa dessas usinas, mediante pagamento de valor de outorga. Procurado, o Ministério de Minas e Energia não comentou as informações.

A semana promete definições importantes para o setor elétrico. Na sexta-feira, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou que uma medida provisória com a proposta de solução para o déficit de geração hídrica (dada pelo GSF, na sigla em inglês) deve ser publicada entre hoje e amanhã.

A expectativa é pelos detalhes da proposta, que, em linhas gerais, envolve a transferência do risco hidrológico dos geradores para os consumidores a partir de 2017 e a contabilização das perdas registradas desde o começo do ano como um ativo regulatório, a ser reembolsado mais à frente, possivelmente mediante extensão dos contratos.

A Copel está a espera das definições para traçar seu planejamento de médio prazo em relação à comercialização de energia. “Entendemos que tem fatos extremamente importantes para acontecer na semana. Preferimos fazer projeções mais confiáveis a partir das novas informações que viermos a obter na semana que vem, a partir das novas regras que serão definidas pelo poder concedente”, disse o diretor de geração e transmissão, Sérgio Lamy.

 

 

 

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